Renúncia do Papa Bento XVI tem a ver com ‘corrupção e sexo’ no Vaticano, afirma jornal italiano
Renúncia do Papa Bento XVI tem a ver com ‘corrupção e sexo’ no Vaticano, afirma jornal italiano
O jornal italiano La Repubblica publicou na quinta-feira informações a respeito dos reais motivos da renúncia de Bento XVI.
De acordo com o jornal, os cardeais Julián Herranz, Jozef Tomko e
Salvatore de Giorgi elaboraram um relatório sob encomenda do papa que
denunciava uma rede de corrupção, sexo e tráfico de influência no
Vaticano.
O relatório foi elaborado após o vazamento de documentos
confidenciais no início de 2012 que revelam a existência de uma trama de
corrupção, nepotismo e favoritismo dentro do Vaticano – escândalo que
ficou conhecido como Vatileaks. O novo relatório, de 300 páginas, revela
um sistema de “chantagens” internas baseado em ambições pessoais,
desvio de dinheiro, promiscuidade e prostituição homossexual.
Durante oito meses os cardeais entrevistaram prelados e laicos e
definiram que existem diversos grupos dentro do Vaticano que pressionam
uns aos outros. Em especial um que chantageava impropriamente outros por
sua homossexualidade. “Pela primeira vez a palavra homossexualidade foi
pronunciada no gabinete papal”, escreveu o jornal italiano.
Segundo reportagem do jornal O Globo, o desgaste físico dos 85 anos
do papa pesam na sua resignação tanto quando esse dossiê. O jornal
aponta que as páginas do relatório enterraram de vez o pontificado de
Bento XVI sendo consideradas pelo La Repubblica como o argumento
definitivo para a renúncia do atual pontífice.
O padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, não quis comentar a
reportagem do La Repubblica e afirmou que nenhum dos cardeais
envolvidos cederá entrevista. “Não esperem comentários, desmentidos ou
confirmações sobre este tema”, respondeu Lombardi. “Fantasias,
invenções, opiniões”, completou, dando a entender que tudo não passa de
uma especulação.
O diretor do canal de televisão TV2000, Dino Boffo, insistiu em dizer
que a decisão do Papa de deixar se destina a “pôr fim a uma gestão do
poder que pode escandalizar os humildes”, disse ele, ao comentar sobre
os rumores do peso do dossiê sobre o papa. “Eu acho que a Santa Sé
deveria se livrar do hábito infame de cartas anônimas sem assinaturas e
sem remetentes”, acrescentou.
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