Os perigos da
adivinhação
"Quando entrares na
terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as
abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo
fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem
agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito
adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que
faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu
Deus os lança fora de diante de ti." [Deuteronômio
18:9-12]
Recentemente, fui convidado a pregar em um seminário. Antes da reunião,
almocei com alguns professores, um dos quais tinha trabalhado por muitos
anos como missionário em Taiwan. O ex-missionário contou a seguinte história
que ilustra a realidade do mundo espiritual:
Um menino de doze anos em Taiwan estava tendo algumas experiências
estranhas. Ele tinha a impressão que alguém sempre o estava seguindo mas
quando ele se virava e olhava para trás, não via ninguém. Algumas vezes na
manhã após uma noite de sono ruim, ele se sentia machucado e disse aos seus
pais que alguém tinha batido nele à noite, enquanto ele dormia. Os pais do
menino o levaram aos médicos, mas estes não conseguiram encontrar nada de
errado. Finalmente, os pais o levaram a um vidente cego - que tinha a
reputação de conseguir sentir o mundo espiritual.
O vidente disse ao menino e aos seus pais que havia um irmão gêmeo e que a
outra criança tinha morrido ao nascer. Isso, é claro, era do conhecimento
dos pais, mas poucas pessoas sabiam sobre o fato, pois a família o mantinha
em segredo. O vidente também disse que os problemas do menino eram causados
pelo espírito do irmão gêmeo falecido, que estava com raiva por ter sido
negligenciado. Os pais não o estavam venerando com fidelidade e provendo
para ele no mundo espiritual. Portanto, o espírito dele os estava punindo e
assediando o filho deles (o irmão gêmeo sobrevivente). A solução era erguer
um altar para o espírito do falecido, venerá-lo com alimentos e com incenso,
e queimar notas de dinheiro em seu favor. Quando a família fez isso,
conforme as instruções, as estranhas experiências do menino cessaram. [1]
Alguém pode perguntar: "Como isso pode ter funcionado?" A resposta é que
Satanás tem boas razões para fazer isso funcionar. Os espíritos que estavam
atormentando a criança estavam fazendo aquilo que os espíritos malignos
gostam de fazer. O vidente estava conectado com o conhecimento espiritual
real. Os espíritos contaram ao vidente a respeito do irmão gêmeo. Os
espíritos deram ao vidente a "prescrição" e os outros espíritos pararam de
atormentar porque com isso, fizeram com que toda a família imergisse nas
crenças animistas da adoração aos espíritos. Imagine quão sólidas serão as
crenças deles e quão difícil será para eles se converterem a Jesus Cristo. A
adivinhação e o espiritismo funcionam - isto é o que torna o perigo tão
grande. As enganações que não funcionam têm vida curta.
A NATUREZA E HISTÓRIA DA ADIVINHAÇÃO
O erudito em Antigo Testamento Eugene H. Merrill dá uma definição geral da
adivinhação: "A frase 'praticantes de adivinhação' refere-se geralmente a
todo o conjunto de meios de se obter conhecimento dos deuses, independente
de qualquer técnica em particular." [2]
Aqui está outra definição: "A prática de tomar decisões ou predizer o futuro
por meio da leitura dos sinais e dos presságios." [3]
Todas as sociedades pagãs, antigas e modernas, praticam a adivinhação. As
pessoas nessas sociedades sabiam que viviam em um mundo de 'deuses' e de
seres espirituais e que precisavam de meios de obter informações sobre os
espíritos que supostamente criavam o bom e o mau destino. Várias técnicas
foram desenvolvidas para obter esse conhecimento. Não há limite lógico para
a variedade de técnicas que podem funcionar. Essas técnicas persistem porque
funcionam com alguma precisão e os espíritos estão mais do que dispostos a
fornecer suas informações enganosas.
Existem categorias de adivinhação que foram muito
comuns no mundo antigo. A prática da astrologia surgiu porque os planetas
eram anomalias no sentido que seguiam um curso diferente do movimento das
estrelas. As pessoas costumavam examinar o fígado ou as entranhas dos
animais para obter informações dos deuses. Isso é mencionado na Bíblia. "Porque
o rei de Babilônia parará na encruzilhada, no cimo dos dois caminhos, para
fazer adivinhações; aguçará as suas flechas, consultará as imagens, atentará
para o fígado." [Ezequiel 21:21]
O que eles estavam procurando era encontrar anormalidades que pudessem ser
lidas como presságios. As setas podiam ser derrubadas ou lançadas no chão e
a direção ou padrão em que elas caíam podiam ser lidos como indicação de
onde atacar. [5]
Nem todas as formas de adivinhação tinham que ver com a leitura de
anomalias. Algumas formas eram modos de fazer contato direto com os
espíritos. A necromancia é uma delas. "A necromancia, a consulta dos
espíritos dos mortos (Levítico 19:31; Isaías 8:19 e 19:3) é um modo de obter
conhecimento prévio de uma fonte sobrenatural que era ilícita entre os
judeus... mas lícita entre os outros povos." [6] O que a adivinhação está
sempre buscando é informações secretas, sejam do passado, do presente, ou do
futuro.
A adivinhação está freqüentemente vinculada com a
feitiçaria, os encantamentos, e outras práticas. Por exemplo: "E
deixaram todos os mandamentos do SENHOR seu Deus, e fizeram imagens de
fundição, dois bezerros; e fizeram um ídolo do bosque, e adoraram perante
todo o exército do céu, e serviram a Baal. Também fizeram passar pelo fogo a
seus filhos e suas filhas, e deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e
venderam-se para fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, para o provocarem
à ira. Portanto o SENHOR muito se indignou contra Israel, e os tirou de
diante da sua face; nada mais ficou, senão somente a tribo de Judá." [2
Reis 17:16-18]
A frase "fizeram passar pelo fogo a seus filhos e suas
filhas" é também mencionada em Deuteronômio 18:10 junto com a adivinhação. É
bem possível que no contexto isso se refira a uma forma específica de
adivinhação, e não ao sacrifício de crianças. Possivelmente, era uma forma
de adivinhação que envolvia a interrogação pelo fogo. A natureza exata da
prática não é clara. Mas o que é claro é que era uma prática pagã associada
com a adivinhação e que era proibida por Deus. Em muitas passagens, diversos
termos intimamente relacionados são citados para mostrar que toda essa
atividade é proibida. Por exemplo, falando a respeito do rei Manassés: "E
até fez passar a seu filho pelo fogo, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro
e ordenou adivinhos e feiticeiros; e prosseguiu em fazer o que era mau aos
olhos do SENHOR, para o provocar à ira." [2
Reis 21:6]
Existem algumas práticas que podem ser vistas como adivinhação em um sentido
pagão, ou algo que Deus usa. Um exemplo disso é a interpretação de sonhos e
outra é o lançamento de sortes. Há um termo técnico para a interpretação de
sonhos que é descrito como segue: "Oniromancia, a interpretação de sonhos, é
tolerada no Antigo Testamento (Gênesis 40:5-8; Daniel 1:17). As narrativas
atribuem a interpretação completamente a Iavé, excluindo aqueles que eram
treinados nas disciplinas da interpretação de sonhos (que era de enorme
interesse no Egito e na Mesopotâmia)." [8] Na Bíblia, Deus forneceu a
interpretação de sonhos quando quis a indivíduos específicos, como José e
Daniel. A interpretação pagã dos sonhos era uma arte praticada como outras
formas de adivinhação. Um sonhador de sonhos precisava ser julgado como um
profeta, como veremos quando discutirmos Deuteronômio 13:1-5.
Posteriormente, discutiremos o uso correto e incorreto dos sonhos.
A prática de lançar as sortes (fazer sorteios) para
determinar a decisão do Senhor era permitida em certas circunstâncias. O
urim e tumim no peitoral de Arão evidentemente serviam a esse propósito
(veja Êxodo 28:30 e Números 27:21) A passagem a seguir mostra que Deus nem
sempre respondia: "E perguntou
Saul ao SENHOR, porém o SENHOR não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por
Urim, nem por profetas." [1
Samuel 28:6] Quando isso aconteceu, Saul afastou-se daquilo que Deus tinha
ordenado:"Então disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha
o espírito de feiticeira, para que vá a ela, e consulte por ela. E os seus
criados lhe disseram: Eis que em En-Dor há uma mulher que tem o espírito de
adivinhar." [1
Samuel 28:7]
Qualquer um dos meios que Deus tinha prescrito, seja sonhos, profetas, ou o
lançamento de sorte, poderia ser mal-empregado. Os meios que Deus forneceu
no Antigo Testamento somente poderiam ser usados pelas pessoas que Ele
realmente tinha chamado e do modo como Ele tinha prescrito. Posteriormente
discutiremos os testes que o Senhor dá para determinar se essas pessoas são
legítimas. Também é importante observar que todos os outros métodos da
buscar informações espirituais são ilegítimos em todos os casos.
POR QUE DEUS PROÍBE A ADIVINHAÇÃO?
A Bíblia proíbe a adivinhação porque ela envolve o
desejo ardente de obter conhecimento secreto que Deus preferiu não revelar. "As
coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos
pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as
palavras desta lei." [Deuteronômio
29:29] Esse desejo de obter conhecimento proibido tem suas raízes no
primeiro pecado do homem."Então a serpente disse à mulher: Certamente não
morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os
vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." [Gênesis
3:4-5] Satanás tentou Eva com um desejo de conhecer aquilo que Deus preferiu
não revelar e assim transgrediu a fronteira entre o Criador e a criatura.
Eva e depois Adão sucumbiram a essa tentação (Gênesis 3:6) A adivinhação é
uma tentativa de obter conhecimento proibido.
Existem somente duas fontes legítimas de conhecimento que estão disponíveis
para nós: 1) As coisas reveladas por Deus; 2) Aquilo que pode ser aprendido
por meio da revelação geral. Aquilo que está revelado por Deus está contido
na Bíblia. A revelação geral está limitada àquilo que pode ser aprendido por
meio dos sentidos físicos e as implicações racionais daquilo que é visto na
criação.
O que é proibido é a informação secreta, não disponível pelos meios comuns
de aprendizado e não revelada por Deus. A adivinhação envolve várias
técnicas para obter essas informações espirituais. Por exemplo, no caso da
criança que foi levada ao vidente, tivesse havido um interrogatório e os
resultados de cuidadosa investigação descoberto que a criança teve um irmão
gêmeo que morreu, essa seria uma fonte legítima de informação. Que
influência, se é que existente, esse fato exercia sobre a criança somente
poderia ser discernido na medida em que a evidência e as implicações
racionais pudessem fornecer. Entretanto, a informação do vidente, embora
verdadeira pelo menos no que se refere ao fato da morte do irmão gêmeo, é
ainda proibida porque veio por meio da adivinhação.
A ilustração do vidente mostra por que a adivinhação é proibida. Ela
funciona por causa da operação de espíritos malignos. Os espíritos malignos
estão dispostos a fornecer algumas informações factuais desde que isso sirva
aos seus propósitos de contar uma mentira maior. As pessoas são sugadas para
dentro do ocultismo por causa da exatidão da informação secreta que elas
obtêm.
Já entrevistei pessoas que participaram de sessões espíritas. Em alguns
casos, informações específicas eram dadas a respeito de um parente falecido
que o necromante nunca tinha conhecido. Essas informações convenciam os
clientes que eles realmente estavam contactando seus familiares já
falecidos. Entretanto, os demônios têm essas informações e podem fornecê-las
para fazer as pessoas acreditarem em uma mentira maior. Em alguns casos, a
mentira é que o parente falecido está em um "lugar melhor", apesar do fato
de que nunca creu no evangelho. Isso perpetra a mentira que todas as pessoas
vão para um lugar melhor e, portanto, não é necessário se arrepender dos
pecados e crer no evangelho. Isso serve ao propósito dos espíritos
enganadores que fazem a sessão espírita funcionar.
O que é importante ter em mente com relação à adivinhação é que há uma razão
muito boa por que as pessoas em diversas culturas em toda a história humana
a praticaram. Ela funciona! É isso que a torna tão sedutora. Afirmar
ingenuamente que ela não é real e não funciona nunca fará as pessoas
renunciarem à adivinhação. O que precisa ser conhecido é que esses métodos
são proibidos porque dão acesso ao mundo dos espíritos. Esses espíritos não
são seres do bem, embora queiram nos fazer pensar que sim. Eles são
espíritos enganadores e praticam suas enganações há milhares de anos. O
principal objetivo deles é evitar que as pessoas entrem em um relacionamento
com Deus por intermédio de Jesus Cristo. Se eles não conseguirem impedir as
pessoas de virem a Cristo, o objetivo secundário é enganá-las a adotar
falsas doutrinas, desse modo distorcendo a compreensão delas da verdade
revelada de Deus.
A ADIVINHAÇÃO É REBELIÃO
Considere o que o profeta Isaías teve a dizer: "Quando,
pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os
adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo a seu
Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos? À lei e ao testemunho! Se
eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles." O
mundo obscuro do conhecimento espiritual secreto é caracterizado por
"chilreios e murmúrios" não muito claros. Buscar essas informações secretas
é o equivalente a deixar de consultar a Deus, que nos revelou Sua verdade de
forma objetiva em Sua Palavra (a Bíblia). Aqueles que não estão satisfeitos
com aquilo que Deus escolheu revelar vão para outras fontes espirituais.
Isso, como veremos, é uma rebelião contra Deus.
Aquilo que os adivinhos fazem é proibido porque eles não falam em nome de
Deus. Deuteronômio 18 contém uma lista das práticas proibidas:
"Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te
der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre
ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem
adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem
encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem
quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao
SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de
ti." [Deuteronômio
18:9-12].
O que Moisés diz mostra que essas práticas eram uma
alternativa a ouvir os porta-vozes escolhidos de Deus. "Porque
estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os
adivinhadores; porém a ti o SENHOR teu Deus não permitiu tal coisa. O SENHOR
teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a
ele ouvireis." [Deuteronômio
18:14-15] Moisés foi um legislador. O profeta que Deus levantou é Jesus
Cristo [veja Hebreus 1:1-2; João 5:37-57; Atos 3:22-23].
Moisés foi aquele por meio de quem Deus outorgou a lei. Os profetas não
faziam acréscimos à lei de Deus, mas a usavam para exortar e também
profetizaram sobre o futuro. Eles especificamente profetizaram acerca do
Messias, o profeta de quem Moisés falou. De acordo com Hebreus 1:1-2, Jesus
Cristo falou a nós nestes últimos tempos a plena e final revelação. Ir além
daquilo que foi dado no Antigo Testamento e dito por Jesus Cristo e por Seus
apóstolos no Novo Testamento é rebelião; é praticar adivinhação de modo a
obter revelações espirituais sobre coisas que Deus não revelou.
Em 1 Samuel 15, Saul recusou-se a ouvir a Deus. Ele
tomou os despojos que Deus disse para não tomar. Isto é o que o profeta
Samuel disse ao rei Saul: "Porque
a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e
idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te
rejeitou a ti, para que não sejas rei." [1
Samuel 15:23]
Aqueles que rejeitam a palavra de Deus são "adivinhos"
no sentido que eles se recusam a reconhecer aquilo que foi revelado. Essa
recusa é literalmente adivinhação, pois eles vão a outro lugar para obterem
sua informação espiritual. Ou a pessoa ouve aquilo que foi objetivamente
revelado ou busca informações do reino da adivinhação e do conhecimento
secreto. Esse é o reino dos espíritos. O resultado da ação de Saul foi que
ele logo passou a ser atormentado por um espírito maligno. "E
o Espírito do SENHOR se retirou de Saul, e atormentava-o um espírito mau da
parte do SENHOR" [1
Samuel 16:14].
Pode ser chocante saber que o espírito mau veio da parte do Senhor, mas isso
é coerente com outras Escrituras que falam sobre o resultado de rejeitar a
verdade. Aqueles que propositadamente vão para longe daquilo que Deus
escolheu revelar colocam-se sob o julgamento da reprovação. Isso significa
que Deus permite que eles sejam enganados.
"A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás,
com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da
injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para
se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que
creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade,
antes tiveram prazer na iniqüidade." [2
Tessalonicenses 2:9-12; ênfase adicionada].
Como Saul, os indivíduos enganados pelos sinais e maravilhas do Anticristo
serão desviados por suas próprias cobiças. Os adivinhos e médiuns espíritas
satisfazem a esses desejos e cobiças dos pecadores. Deus não envia a
enganação diretamente, pois Deus não pode mentir, mas indiretamente, dando a
Satanás a permissão de enviar espíritos enganadores para iludir as vítimas.
No texto grego original, a passagem em 2 Tessalonicenses diz: "para que eles
possam acreditar na mentira". O artigo definido é importante pois aponta
para a mentira que Satanás contou no Jardim do Éden: "Sereis como Deus,
conhecendo o bem e o mal." A mentira aponta para o conhecimento oculto. Na
forma mais simples, a mentira aponta para conhecimento secreto que Deus não
revelou e a verdade aponta para o evangelho de Jesus Cristo. Aqueles que
praticam a adivinhação estão se afastando do evangelho para aprender aquilo
que Deus preferiu não revelar. Eles terminam iludidos pela mentira!
A ADIVINHAÇÃO E OS FALSOS PROFETAS
Balaão era um ocultista. Em Josué 13:22 ele é chamado de "adivinho". Ele ia
aos lugares altos para interpretar os augúrios. Ele cria nos augúrios. Sua
fama em lidar com maldições espirituais era tal que o rei moabita Balaque
estava disposto a pagar para que Balaão amaldiçoasse Israel. Sempre que
mencionado na Bíblia, Balaão é condenado (a história de Balaão está em
Números 22-24; ele é condenado em 2 Pedro 2:15; Judas 1:11 e Apocalipse
2:14).
Uma coisa que chama a atenção em Balaão é que embora
ele fosse um falso profeta, fez uma profecia verdadeira significativa. Ele
profetizou sobre a vinda do Messias! Ele disse:"Vê-lo-ei, mas não agora,
contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó e um cetro
subirá de Israel, que ferirá os termos dos moabitas, e destruirá todos os
filhos de Sete." [Números 24:17]
Embora Balaão normalmente praticasse a adivinhação, o Espírito de Deus veio
sobre ele. "Vendo Balaão que bem
parecia aos olhos do SENHOR que abençoasse a Israel, não se foi esta vez
como antes ao encontro dos encantamentos; mas voltou o seu rosto para o
deserto. E, levantando Balaão os seus olhos, e vendo a Israel, que estava
acampado segundo as suas tribos, veio sobre ele o Espírito de Deus." [Números
24:1-2] Balaão abençoou Israel embora tivesse sido contratado para
amaldiçoá-lo.
Existem três testes para os profetas em Deuteronômio: 1) Se eles usam
métodos proibidos então esses profetas são falsos. (Deuteronômio 18:10-12).
Se fazem uma predição que não se cumpre, então esses profetas são falsos
(Deuteronômio 18:22), e 3) Se fizerem uma predição verdadeira que levar o
povo para longe da fidelidade a Deus, então esses profetas também são
falsos. (Deuteronômio 13:1-5)
Dado o fato que Deus falou com e por meio de Balaão, como pode ele ter sido
um falso profeta? Balaão falhou em dois dos testes dados em Deuteronômio.
Ele era um falso profeta de acordo com Deuteronômio 18 porque usava métodos
proibidos. Os israelitas estavam instruídos especificamente a não ouvirem a
ninguém que praticava a adivinhação. Balaão também falhou no teste dos
profetas dado em Deuteronômio 13.
"Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no
meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou
prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que
não conheceste, e sirvamo-los; não ouvirás as palavras daquele profeta ou
sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se
amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa
alma." [Deuteronômio
13: 1-3].
Um profeta pode fazer uma predição exata ou realizar um sinal que indicaria
que ele tem o poder de Deus, mas mesmo assim levar o povo para longe da
fidelidade à Palavra de Deus.
Embora Balaão não tenha amaldiçoado Israel por meio da
adivinhação, ele ensinou o rei Balaque a levar Israel para o mau caminho,
fazendo assim com que caísse sob maldição. Aprendemos isso no Novo
Testamento. "Mas algumas poucas
coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o
qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para
que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem." [Apocalipse
2:13] Mesmo sem ter amaldiçoado Israel, Balaão ensinou Balaque a fazer os
israelitas caírem sob a maldição de Deus. Assim, ele levou Israel para longe
da fidelidade à aliança com Deus, e falhou no teste de Deuteronômio 13.
Os falsos profetas estão vinculados com a adivinhação
na seguinte passagem: "E disse-me
o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente no meu nome; nunca os enviei,
nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e
o engano do seu coração é o que eles vos profetizam." [Jeremias
14:14] Esses profetas estavam dizendo ao povo aquilo que o povo queria
ouvir, que o julgamento predito por Jeremias não se tornaria realidade.
[Jeremias 14:15] Em pouco tempo ficaria provado que eles estavam errados. O
ponto é este: O povo de Deus precisa saber distinguir entre os profetas e os
adivinhos. O critério para fazer isso é objetivo, não subjetivo. Os falsos
profetas eram adivinhos cuja fonte era subjetiva: "o engano de seu coração".
O VERDADEIRO PAPEL DO PROFETA
O verdadeiro profeta no Antigo Testamento exercia vários papéis importantes.
Um deles era o de exortar o povo à fidelidade à Lei de Moisés, que continha
os estatutos da aliança. Um tipo de material profético no Antigo Testamento
chama-se "processo da aliança". [9] O profeta listava os termos da aliança,
depois trazia em testemunho a transgressão do povo e pronunciava o
veredicto. Os profetas não eram legisladores, mas exortavam o povo. Outro
papel era o predizer o futuro. Os tópicos da predição deles incluía o futuro
de Israel e seu relacionamento com as outras nações, profecias contra as
nações, e os detalhes da vinda do Messias, o "profeta" de quem Moisés tinha
falado. Os profetas também entregavam profecias específicas para os reis e
davam orientações específicas em momentos cruciais na história de Israel.
Como vimos, se um profeta não pregasse a fidelidade à aliança, ele era
falso, se não anunciasse com exatidão o futuro, então era falso, e se usasse
técnicas proibidas, também era falso. Os verdadeiros profetas não eram
praticantes de adivinhação. Eles foram chamados por Deus e inspirados pelo
Espírito Santo. A fonte deles não eram técnicas especiais para sondar 'o
divino' e obter informações secretas, mas Deus, que soberanamente falava por
meio deles. Não havia uma técnica profética secreta que poderia ser ensinada
aos outros. Como era a inspiração de Deus que lhes dava suas palavras, as
palavras deles eram verdadeiras.
OS MEIOS ORDENADOS POR DEUS
Resta uma questão sobre as práticas que Deus permitiu
que eram consideradas adivinhação quando usadas pelos pagãos. O conceito
fundamental é se Deus ordena ou não uma prática. Por exemplo, quando os
israelitas entraram na Terra Prometida e a conquistaram, a terra deveria ser
dividida entre as tribos por sorte. Eis o que Deus disse: "Segundo
sair a sorte, se repartirá a herança deles entre as tribos de muitos e as de
poucos." [Números
26:56] Josué 19:51 mostra que eles fizeram isso e dividiram a terra. Como
Deus ordenou que eles lançassem a sorte para determinar a divisão da terra,
quando eles fizeram isso, o resultado foi a vontade de Deus. Ele falou por
meio do sorteio porque ordenou o uso nesta situação.
Houve outras situações em que o sorteio foi usado para tomar decisão.
Algumas dessas incluíam casos criminais, indicação para um cargo, a divisão
da propriedade, e a seleção do bode no Dia da Expiação (Josué 7:14 e
seguintes; 1 Samuel 10:20; Atos 1:26; Levítico 16:10). O último uso do
lançamento de sortes na Bíblia foi no livro de Atos, na escolha de Matias.
Uma vez que o Espírito Santo foi dado, não há mais o uso do lançamento de
sortes. O livro de Atos mostra que o Espírito Santo guiava os apóstolos à
medida que eles tomavam as decisões. O fato que Deus ordenou o uso do
lançamento de sortes no Antigo Testamento em certas circunstâncias não
justifica seu uso para a adivinhação por qualquer pessoa e por qualquer
razão. O uso ordenado foi cuidadosamente prescrito.
A interpretação de sonhos é outra prática que era comum entre os pagãos e
algumas vezes permitida para o povo de Deus. Deus particularmente usou José
e Daniel para interpretar os sonhos de reis pagãos que revelaram-se
significativos para o futuro de Israel de seu relacionamento com as nações.
Entretanto, como nas outras formas de profecia, nem todas eram válidas. Como
vimos em Deuteronômio 13:1-5, um "sonhador de sonhos" poderia dar um sinal
que se tornava verdadeiro, mas mesmo assim levar o povo para o mau caminho e
promover a idolatria. O mesmo critério de julgamento para alguém que afirma
ter tido um sonho dado por Deus, ou a interpretação de um sonho, aplica-se à
profecia e aos profetas. Isso significa que eles precisam pregar e praticar
a fidelidade à aliança e suas predições precisam ser totalmente exatas.
É também importante observar que a interpretação de
sonhos não era uma técnica a ser aprendida. Nem todos os sonhadores eram de
Deus e nem todos os sonhos eram necessariamente significativos. A soberania
de Deus escolheu usar certos indivíduos para compreender os sonhos. Esses
indivíduos não reivindicavam algum poder inato para saber o significado dos
sonhos, que poderia ser usado quando quisessem. Conhecer o significado de
certos sonhos era um dom que Deus concedeu, particularmente a Daniel (Daniel
1:17). Aqueles que usavam as técnicas de adivinhação para interpretar os
sonhos fracassaram quando foram convocados para interpretar o sonho do rei. "Então
entraram os magos, os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores, e eu contei
o sonho diante deles; mas não me fizeram saber a sua interpretação."[Daniel
4:7] Mas Deus deu a interpretação a Daniel. [Daniel 4:8 em diante]
Houve um grande problema com o uso falso dos sonhos
durante o ministério de Jeremias. Por exemplo: "Tenho
ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome,
dizendo: Sonhei, sonhei." [Jeremias
23:25] Os falsos profetas tentavam ganhar legitimidade por meio de seus
sonhos, embora estivessem se afastando da vontade revelada de Deus:
"Até quando sucederá isso no coração dos profetas que
profetizam mentiras, e que só profetizam do engano do seu coração? Os quais
cuidam fazer com que o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que
cada um conta ao seu próximo, assim como seus pais se esqueceram do meu nome
por causa de Baal. O profeta que tem um sonho conte o sonho; e aquele que
tem a minha palavra, fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o
trigo? diz o SENHOR." [Jeremias
23:26-28; ênfase adicionada]
Isso mostra que mesmo com aquelas práticas que Deus permite ou ordena,
sempre precisa haver discernimento. O critério definido em Deuteronômio
precisa ser seguido.
Em resumo, se uma prática é uma forma proibida de adivinhação, ela é sempre
pecaminosa e nunca é um método "neutro". Se uma prática é permitida ou
ordenada sob certas circunstâncias, ela ainda precisa ser examinada. Até
mesmo os meios prescritos por Deus podem sofrer abusos.
OS MEIOS PRESCRITOS POR DEUS NO NOVO TESTAMENTO
Como vemos, Moisés profetizou a respeito da vinda daquele que falaria com
autoridade da parte de Deus. O Novo Testamento afirma que esse é ninguém
outro senão o próprio Jesus Cristo, como mencionado anteriormente. O próprio
Criador, o Filho eterno, veio e falou de Deus em uma revelação plena e
final. [Hebreus 1:1-2]. Os apóstolos escreveram os ensinos de Cristo no Novo
Testamento. Aqueles que se afastam da fé são tão falsos quanto aqueles que
afirmavam falar em nome de Deus nos tempos do Antigo Testamento mas se
afastavam da Lei dada a Moisés.
Existem usos legítimos da adivinhação para o crente no Novo Testamento? Isso
somente seria possível se Deus especificamente ordenasse certos métodos. Eu
não vejo qualquer evidência de Deus fornecer aos cristãos no Novo Testamento
métodos de adivinhação por meio dos quais Ele falará. O uso do sorteio em
Atos 1 envolveu uma prática do Antigo Testamento. Não é dito se o uso do
sorteio neste caso foi ordenado por Deus, o texto apenas diz que eles agiram
assim. Além disso, após o Pentecostes, essa prática nunca mais foi repetida.
Existem sonhos e profecias mencionadas no Novo Testamento. Quando Pedro
pregou no Dia de Pentecostes, ele citou o profeta Joel:
"Nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu
Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas
filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos terão
sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas
servas naqueles dias, e profetizarão." [Atos
2:17-18].
O ponto fundamental aqui é "sobre toda a carne". Em vez de apenas certos
indivíduos como os profetas que receberam o Espírito Santo, Deus irá agora,
de um modo muito maior, habitar em todos os que crêem. O ato de "profetizar"
não estará mais restrito a algumas poucas pessoas. Todos os tipos de pessoas
receberão o Espírito Santo (jovens, velhos, homens, mulheres, escravos,
livres, etc.) e todos poderão profetizar. (1 Coríntios 14:24, 31)
Que existem sonhos e profecias não é diferente, mas o propósito agora está
restrito. Como já recebemos a plenitude da autorizada e divina revelação até
que Cristo retorne, o propósito dos sonhos e profecias está restrito à
orientação para "edificação, exortação e consolação" (1 Coríntios 14:3) sem
ser acréscimo às Escrituras. Os sonhos e profecias estão sujeitos ao
julgamento exatamente como no Antigo Testamento. Não existe a arte legítima
da interpretação de sonhos no Novo Testamento. Nem no Antigo nem no Novo
Testamento há um processo a ser aprendido para fazer de alguém um intérprete
de sonhos.
Existem modos prescritos no Novo Testamento pelos quais o cristão cresce na
graça e no conhecimento do Senhor: a Palavra (o estudo bíblico), as
ordenanças e a oração. Além disso, a comunhão é um modo de toda a comunidade
cristã compartilhar da graça que Deus nos tem dado. Se pela fé fazemos uso
dos modos prescritos por Deus, temos a certeza que Cristo trará os
benefícios da redenção ao Seu povo. [11] Como no Velho Testamento,
afastar-se dos meios prescritos por Deus é colocar-se fora do alcance das
bênçãos e da proteção de Deus. Da mesma forma como no Velho Testamento, até
aquilo que Deus prescreveu pode sofrer abuso. Por exemplo, a Palavra pode
ser mal-interpretada, o batismo pode ser visto como um modo de justificação
separado da fé, a comunhão pode ser transformada em uma obra meritória, e a
oração pode ser transformada em um processo místico para buscar novas
revelações. Não somente precisamos dos meios prescritos por Deus, mas
precisamos fazer uso deles nos termos em que Deus estabeleceu.
A adivinhação sempre envolve uma ambição por obter conhecimento secreto. Os
meios que Deus ordenou parecem mundanos e lentos para muitas pessoas. Elas
querem uma experiência ou uma revelação especial que instantaneamente
responda às suas questões, ou solucione seus problemas imediatos. Como Saul,
que não estava obtendo uma resposta pelos meios prescritos por Deus e então
consultou uma feiticeira, muitos hoje vão atrás das práticas proibidas. Eles
dizem: "Tentei estudar a Palavra de Deus, orar e ter comunhão na igreja, mas
isto não funcionou." Assim, vão atrás de alguém que supostamente pode obter
informações secretas de Deus para eles.
A adivinhação é atraente para as pessoas por duas razões básicas: temor e
cobiça. Elas temem que não superarão suas feridas e então buscam informações
secretas sobre seu passado. Elas temem um mau resultado e então procuram os
presságios. Elas esperam encontrar um quebrador de maldições ungido para
evitar um destino ruim. Elas ambicionam o sucesso e a riqueza nesta vida e
então buscam informações secretas sobre o futuro. Elas imaginam que com a
informação sobrenatural correta poderão ser bem sucedidas em tudo o que
fizerem. Elas temem que os demônios estão impedindo que elas sejam felizes e
então procuram informações secretas sobre os nomes e as funções dos
demônios, esperando com isso escapar de seu estado de infelicidade. Como na
história do vidente no início deste artigo, elas querem informações que as
ajudem a solucionar seus problemas.
O que realmente precisamos é fazer uso continuamente
dos meios da graça que Deus prescreveu para nós. Fazendo isso fielmente pela
fé, teremos todas as bênçãos e benefícios que são prometidos nesta vida.
Coloquemos de lado a ambição pelo conhecimento secreto e proibido e
aceitemos que existe o sofrimento. A vasta arena do conhecimento espiritual
que é desconhecida para nós precisa ser deixada dessa forma. Mas o que é
conhecido é a vontade revelada de Deus e a alegria de vir até Ele em Seus
próprios termos por meio do Messias Jesus. Há uma passagem com uma exortação
e uma promessa: "Cheguemos, pois,
com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e
achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno."[Hebreus 4:16] Deus
honrará Suas promessas quando viermos a Ele em Seus próprios termos por meio
do Messias Jesus.
AS FALSAS REIVINDICAÇÕES DOS ADIVINHOS CRISTÃOS
A adivinhação é qualquer técnica para a obtenção de informações secretas ou
ocultas que não está prescrita nas Escrituras. A prática da adivinhação é
pecaminosa e proibida. As pessoas que não querem estar restritas de usar as
técnicas de adivinhação oferecem dois argumentos: "Os métodos são neutros" e
"Deus pode usar qualquer coisa."
A partir das Escrituras, mostramos que a primeira
afirmação não tem fundamento bíblico. Os métodos não são neutros. Permita-me
compartilhar um exemplo. A maioria das pessoas concorda que o Tabuleiro de
Ouija é uma forma de adivinhação proibida para os cristãos. Mas e se alguém
criasse um Tabuleiro
de Ouija que
fosse exatamente como um tabuleiro real, com a diferença que estivesse
coberto com versos bíblicos. Duas pessoas poderiam colocar suas mãos no
dispositivo apontador e permitir que forças quaisquer fizessem o tabuleiro
"funcionar", apontando para o verso apropriado. Isso, então seria
interpretado como orientação de Deus. Isso pode parecer absurdo, mas é uma
coisa logicamente válida se na verdade "os métodos são neutros". Na verdade,
aqueles que usam a prática de fechar os olhos, abrir a Bíblia em uma página
aleatória e apontar seu dedo para um verso qualquer de modo a obter direção
estão usando uma técnica similar. Essas pessoas estão praticando
adivinhação. Alguns métodos para obter conhecimento espiritual são
prescritos por Deus, todos os outros são proibidos.
A afirmação que Deus pode usar qualquer coisa é
enganosa. Embora tecnicamente seja verdade, ela é enganosa porque há uma
distinção a ser feita entre o que Deus tem o poder de usar e o que Ele
prescreve. Há também o fato que Deus pode usar alguma coisa que é contra sua
vontade moral de modo a trazer o julgamento. Deus realmente usou a
feiticeira de En-Dor, mas isso foi muito ruim para o rei Saul. Deus pode
usar o mal para propósitos bons, mas é algo muito ruim para os praticantes
do mal serem usados dessa forma. Outro exemplo encontra-se na seguinte
passagem: "Porque Deus tem posto
em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma idéia, e que
dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus." [Apocalipse
17:17]. Deus usará a rebelião da raça humana durante a Tribulação para fazer
a profecia ser cumprida, mas será algo muito ruim para aqueles que forem
assim usados.
O que é verdadeiramente importante é que determinemos pelas Escrituras qual
é a vontade de Deus e nos submetamos a ela. Conjeturar sobre o que Deus
poderia usar é enganoso se terminarmos nos colocando sob julgamento por
participar de algo que Deus poderia possivelmente estar usando. Deus usou o
Faraó, mas isso foi algo ruim para ele e para todo o seu exército.
CONCLUSÃO
A adivinhação não é proibida porque não funciona, mas porque realmente
funciona. Ela funciona de modo a colocar as pessoas em contato com as forças
espirituais e com conhecimentos secretos. Os seres espirituais assim
contactados têm informações factuais à sua disposição que não poderiam ser
obtidas pelos meios que Deus nos deu para conhecer as coisas espirituais ou
secretas. Essas informações podem tornar uma pessoa muito rica, ou podem
destruí-la. Os espíritos malignos que fornecem essas informações pretendem
impedir as pessoas de virem a Deus por meio do Messias. Eles também procuram
enganar os cristãos a pensar que aquilo que recebem por meio de Cristo é
insuficiente. Eles são muito bons naquilo que fazem.
Quinze anos atrás organizei um encontro de pastores, esperando apelar aos
pastores para que pregassem e ensinassem a Bíblia corretamente. Um pastor
que veio ao encontro tinha recentemente ido conhecer os profetas de Kansas
City. Eu lhe perguntei o que acontecera ali. A resposta foi que um profeta
tinha conseguido identificar corretamente seu ministério, embora não tivesse
nenhuma fonte natural para essa informação. Perguntei como ele tinha feito
isso. A resposta foi que o profeta fez o homem erguer sua mão com os dedos
abertos. O profeta viu as cores que emanavam da mão, que revelavam quais dos
cinco ministérios ele possuía. Eu disse para ele: Isto é leitura da aura,
uma prática ocultista". Ele respondeu: 'Deus pode usar qualquer coisa e,
além do mais, o profeta acertou."
O mais grave disso é que as informações secretas não fizeram nada mais do
que convencer o pastor que a leitura cristã da aura era algo válido e que
ele tinha encontrado um verdadeiro profeta. O pastor sabia que era um pastor
antes de ter ido ao profeta, ele não precisava de conhecimento secreto para
mostrar o que era conhecido por meios ordinários. Esse é o mesmo tipo de
procedimento que muitos praticantes de adivinhação usam para convencer suas
vítimas que eles têm poderes legítimos. Existem dezenas de versões "cristãs"
de adivinhação que estão sendo praticadas na igreja atualmente. A próxima
edição exporá várias delas.
O que precisamos fazer é deixar de lado a ambição por conhecimentos secretos
e nos colocar debaixo dos meios de graça prescritos por Deus. Ele usará Seus
meios prescritos para nos dar toda a cura e a ajuda que precisamos obter
nesta vida. Submetendo-nos ao evangelho por meio da fé temos a certeza da
ressurreição futura para a vida eterna.
NOTAS FINAIS
1. Dr. Joel Nordtvedt, Presidente das Escolas dos Irmãos Luteranos.
2. Eugene H. Merrill, Deuteronomy in The New American Commentary; (Broadman & Holman: Nashville, 1994) pg 271.
3. Holman Illustrated Bible Dictionary (Holman: Nashville, 2003) s.v. "Divination", 433.
4. Eerdmans Dictionary of the Bible (Eerdmans: Grand Rapids, 2000) s.v. "Divination", 349.
5. Op. cit. Holman
6. Scribners Dictionary of the Bible (Scribners: New York, 1903) Vol. 1. s.v. "Divination", 612.
7. Duane L. Christensen, Deuteronônio 1-21:9 no Word Biblical Commentary; (Nelson: Nashville, 2001); 408.
8. Op. cit. Eerdmans, 350. exemplo, Oséias 4:1 anuncia um "caso" contra Israel. Veja Gary V.
9. Smith, The Prophets as Preachers, (Broadman & Holman: Nashville, 1994) 40 para uma discussão do processo da aliança.
10. Op. Cit. Scribners, s.v. "lots", pg 153.
11. Charles Hodge, Systematic Theology Vol. III; (Eerdmans: Grand Rapids, Edição 1995) pg 499. Veja 466-708 para uma discussão completa dos meios da graça.
2. Eugene H. Merrill, Deuteronomy in The New American Commentary; (Broadman & Holman: Nashville, 1994) pg 271.
3. Holman Illustrated Bible Dictionary (Holman: Nashville, 2003) s.v. "Divination", 433.
4. Eerdmans Dictionary of the Bible (Eerdmans: Grand Rapids, 2000) s.v. "Divination", 349.
5. Op. cit. Holman
6. Scribners Dictionary of the Bible (Scribners: New York, 1903) Vol. 1. s.v. "Divination", 612.
7. Duane L. Christensen, Deuteronônio 1-21:9 no Word Biblical Commentary; (Nelson: Nashville, 2001); 408.
8. Op. cit. Eerdmans, 350. exemplo, Oséias 4:1 anuncia um "caso" contra Israel. Veja Gary V.
9. Smith, The Prophets as Preachers, (Broadman & Holman: Nashville, 1994) 40 para uma discussão do processo da aliança.
10. Op. Cit. Scribners, s.v. "lots", pg 153.
11. Charles Hodge, Systematic Theology Vol. III; (Eerdmans: Grand Rapids, Edição 1995) pg 499. Veja 466-708 para uma discussão completa dos meios da graça.
Autor: Pastor Bob DeWaay
Tradução: Jeremias R D P dos Santos
Fonte: palavraprudente.com.br
Tradução: Jeremias R D P dos Santos
Fonte: palavraprudente.com.br
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