O EVANGELHO FAST-FOOD
“Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.” Fl. 3.12.
A
expressão “fast food”, que significa “comida rápida”, mas que denota um
estilo de vida marcado pelo excesso de atividades, com comprometimento
do tempo para uma alimentação sadia, seja pela qualidade do alimento,
seja pelo tempo de qualidade necessário para sua deglutição.
O
que vemos é a perfeita aplicabilidade do termo para o evangelho que é
pregado atualmente, principalmente pela televisão e por aqueles que
entendem e praticam uma equivocada teologia da prosperidade.
O
Evangelho “fast food” é aquele desassociado das verdades
bíblicas, afirma que basta um único ato de fé, a conversão, ou no máximo
dois, o batismo, para que o cristão já tenha alcançado tudo que é
possível em Cristo Jesus, a partir dali serão somente bênçãos,
normalmente através de campanhas que se encerram com um envelope para
oferta.
Com esse tipo de pregação, o crente, que deveria ser bem alimentado com o “puro leite espiritual” (1Pe. 2.2), é logo desmamado, recebendo então um alimento de má qualidade, quando deveria passar a receber “alimento sólido” (1Co. 3.2).
Ou seja, torna-se um cristão raso, desnutrido, pois não recebeu os
primeiros ensinos, para os quais é fundamental a Escola Bíblica, ficando
vulnerável, na medida em que não aprende a ter “os sentidos exercitados
para discernir tanto o bem como o mal” (Hb. 5.14).
Não
negamos a importância do ato inicial da vida cristã, manifestado pelo
arrependimento e fé, todavia a vida cristã não para aí, pelo contrário, e
mesmo crendo ser a conversão um ato definitivo, ser cristão é muito
mais que ser convertido, ser cristão é um morrer diário (1Co. 15.31), um constante negar-se (Mt. 16.14), o que se torna impossível sem manejar “bem a palavra da verdade” (2Tm. 2.15).
Não há graça barata, admitindo-se que o convertido viva displicentemente, não sendo o pecado a exceção, mas a regra em sua vida (Rm. 7. 14,15).
De tal sorte, qualquer pregação que não seja exortativa ao temor a
Deus, que seja estimuladora de uma vida cristã baseada na barganha com
Deus e que não advirta sobre a necessidade de lutar contra o mundo, a
carne e o diabo, seja anátema (Gl. 1.9).
Evangelho
“fast food” é aquele cuja esperança é impaciente, a certeza precisa ser
visível e o fundamento não está na obediência, mas na exigência da
bênção. Por esse motivo há tantos cristãos machucados, vazios e até
desviados.
Que
devemos fazer? Olhar para Jesus e perceber o quanto ainda precisamos
crescer. O que já temos é fruto da graça do Pai, mas sigamos adiante,
pois ainda há muito a conquistar em Cristo, lembrando que ser cristão é
ser plural, ou seja, precisamos um do outro para crescemos de forma
saudável.
Tenha uma semana de muita intimidade com Jesus!
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